BSO Férias Agosto
Ora aqui está um post para consumo da casa! Bem, na realidade todos o são. :-)
Banda Sonora destas férias:
- Blackholes and Revelations, Muse
- Hot Fuss, The Killers
- Songs For The Deaf, Queens Of The Sone Age
- I'm A Bird Now, Anthony and The Johnsons
- Is This It?, The Strokes
- Mezzanine, Massive Attack
Caminhos Paralelos
Ontem estive a ver uma comédia muito simpática chamada "Sideways".
Apresenta dois velhos amigos de faculdade agora nos seus 40s, grandes amigos, mas com atitudes perfeitamente opostas perante as mulheres. E que não deixam de ser melhores amigos apesar das diferenças.
Identifiquei muitas semelhanças entre o filme e o que se passa comigo e com a maioria dos meus amigos. Eu tenho um atitude para com as mulheres completamente diferente da deles. Ao contrário de muitos deles, eu seria incapaz de manter uma relação puramente física, sem qualquer envolvimento emocional.
Isso não me afasta deles, embora por vezes seja catalogado assim por associação. É o velho ditado: "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és". É apenas que, apesar de poder ser muito frequentemente aplicado, não querer dizer que as pessoas sejam realmente iguais em tudo.
Ah, houve um momento em particular no filme - quando um dos personagens está a falar com uma mulher de quem gosta bastante, esta se atira a ele e ele recua em pânico - que me atingiu em cheio. De tal forma que dei um salto e me apeteceu gritar: "Bolas!!! Aquele ali sou EU!!!". Aconteceu-me raramente até hoje este tipo de identificação.
Yesterday I was watching a very nice comedy movie called "Sideways".
It presents two old college buddies now in their 40s, great friends, but with perfectly oposite attitiude towards women. And which don't cease to be best friends, on spite of their differences.
I spotted many similarities between the screenplay of the movie and what happens with me and most of my friends. I have an attitude towards women totally different from theirs. Unlike most of them, I would not be capable of maintaining a purely physical relationship, without any emotional envolvement.
That does not put me away from them, though sometimes I'm labelled like that by association. It's that old portuguese saying: "Tell me who you go out with, I'll tell you who you are". It's just that, although it can very often be applied, it does not mean that people are really alike in everything.
Ah, there was this particular moment in the movie - when one of the characters is talking to a girl he is very fond, she makes a move towards him and he backs off in panic - that hit me in full. In such a way that I jumped and felt like crying out: "Damn!!! That is ME!!!". It happened very rarely to me so far, this kind of identification.
Versões Cinematográficas Portuguesas
O meu post anterior deu-me uma idéia para um remake português de um filme famoso.
Não, não é nada do estilo "Paraíso Filmes", tipo "O Rabejador" (versão do "Gladiador").
Acho que podia ser feita uma versão nacional do "Segredo de Brokeback Mountain", desta vez com campinos, que viria muito mais a propósito do que na versão original. Quer dizer, o gado era o mesmo, mas a indumentária das personagens seria bem mais apropriada à temática do filme. E concerteza que muitas menos vozes de protesto se levantariam.
Ah se o Ang Lee alguma vez tivesse visitado o Ribatejo...
Touradas
Ao meu amigo TB que à hora a que escrevi este post estava em plena praça de touros do Campo Pequeno, "a enfrentar um touro apenas com as suas mãos" (e o apoio de um grupo de pessoas que, tal como ele me explicou, sabe exactamente o que está ali a fazer).
Não é de bravura e coragem que quero falar. Nem sequer discutir a barbaridade (ou não) do espectáculo. O meu ponto aqui é que o espectáculo de touros tem todas as características de um mero conjunto de gays armado em durão.
Comecemos pelos uniformes.
Forcados
O TB mostrou-me a sua jaqueta e eu não pude deixar de largar uma gargalhada. Aquele modelo cintado, aquele tecido tipo cortinado antigo, teria grandes hipóteses de sucesso de vendas na Mango ou na Zara. Psst: Aqui para nós, acho que ele o comprou lá. Pelo menos pareceu-me ver as letras "MNG" na etiqueta por baixo da gola. :-)
Imaginem agora os calções. Não são exactamente iguais àqueles que eu vi não sei quantas mulheres usar no Inverno/Primavera passado como se de um uniforme oficial se tratasse?
Para acabar em beleza pensemos na bela meia rendada. Terão sido roubadas a algum rancho folclórico? (às mulheres, claro! Afinal estamos a falar de quê?)
Bandarilheiros
O casaco é fantástico, também cintado, feito de tecido acetinado e bordado com dourados.
Mas o calção é ainda mais delicioso. Além de acetinado, bordado com dourados, apertado por cima do umbigo a fazer lembrar as inesquecíveis intervenções do Vasco Lourinho a partir de Madrid.
A meia do bandarilheiro luta encarniçadamente pelo lugar cimeiro do pódio da rotice com as meias rendadas dos forcados. Rosa choc, tipo meia de vidro. Com a ascensão da Floribella acredito que ainda vão rapidamente transformar-se na grande moda deste final de Verão. Bandarilheiros, abasteçam-se rapidamente de meias para o resto da temporada, que cheira-me que o preço está prestes a ser grandemente inflaccionado.
Cavaleiros
Usam também um casaco acetinado, quase tão roto como o dos bandarilheiros. No entanto aquela bota de montar, tão do agrado das tias do nosso Portugal, por cima daqueles collants largos, são também grandes sinais da rotice indumentária que grassa nesta arte (?).
Resta-nos falar da música e da linguagem utilizada.
Sim, é que trabalhar ao som do paso-doble, e chamar os outros intervenientes de "eh toiro lindo" não me parece propriamente digamos que... de homem. Quero dizer, de homem-que-é-homem (o gajo-que-é-gajo, se preferirem). Já me estou a imaginar a ouvir boleros no trabalho enquanto trato os fornecedores por "eh consultor lindo"!
Surpresas Coloridas
Pediram-me por alguns de vocês para publicar fotografias no blog para aligeirar um pouco o seu tom. Optei por uma fotografia que tirei há algum tempo a um sítio na minha terra que frequentei inúmeras vezes na minha adolescência e o qual não valorizava devidamente.
Se antes de o fotografar me parecia sujo, desalinhado e cheio de canas, ao ver o resultado fiquei surpreendido com a riqueza tonal que as mesmas oferecem ao motivo.
Esta foto marcou o ponto em que penso que comecei a conseguir ver cromatismos ao olhar para um cenário, o meu despertar fotográfico.
I've been asked by some of you to publish some photos in my blog to lighten up it's tone a little bit. I chose a photo I took some time ago in a spot in my hometown, where I used to go quite often in my adolescence and which I didn't value as I should.
If before taking this picture it looked dirty, messed up and full of canes, when watching the result I was suprised with the richness of tones these brought to the subject.
This photo marked the point in which I think I began to be able to watch chromatic levels when watching a scenery, my photographic wake up.
Conhecimento vs Espontaneidade
Ontem,a meio de uma insónia, segui o procedimento que costumo adoptar para essas situações: agarrei num livro para ler até que o sono se começasse a manifestar. Sim, é que já que não adianta lutar contra a dificuldade em adormecer, pelo menos sempre vou tornando esse tempo útil.
O livro que resolvi ler foi um livro que já tinha há uns 5 anos na estante em linha de espera: "Enamoramento e Amor" ("Innamoramento e amore"), do sociólogo italiano Francesco Alberoni.
Este é um livro que analisa a fase de enamoramento e a caracteriza. Aborda muitos aspectos extremamente interessantes e importantes sobre os quais nunca tinha pensado e sobre os quais concerteza escreverei no futuro próximo.
O meu objectivo deste post é abordar outra questão. Será que o conhecimento desses mecanismos não lhes retira a espontaneidade, logo o seu romantismo?
Permitam-me pensar que não. Apenas ajuda a compreender e apreciar melhor esse período. E ainda aumenta as possibilidades de sucesso no caminho para um relacionamento sério.
É que para mim a maioria dos conflitos tem a sua génese na falta de compreensão. Porque compreendendo toleramos melhor aquilo que nos irrita. E passamos a encarar com um sorriso nos lábios o que antes observávamos com um esgar de raiva.
E não se deixa de ser espontâneo. As coisas só resultam a 100% se forem sentidas e se partirem de dentro, do coração. Não há ciência que o supere.
Por exemplo? Olhem, o sentido de (des)orientação da maioria das mulheres. Exceptuando, claro, nos centros comerciais, onde aí sim se orientam muito bem. A mim, agora, isso diverte-me imenso. :-)
Yesterday, in the middle of an insomnia attack, I followed the procedure I use to adopt on those situations: I picked up a book to read until sleep decided to show up. That's correct, since it's no use fighting the difficulty to fall asleep, at least I still make that time useful.
The book I decided to read is has been in the waiting line in my shelf for about 5 years: "Falling in love" ("Innamoramento e amore"), by italian sociologist Francesco Alberoni.
This is a book that analyzes the times of falling in love and characterizes them. It aproaches several extremely interesting and important aspects about which I had never thought and that I will surely write about in the near future.
My purpose for this post is to aproach another question: Does not the knowledge of those mechanisms remove their spontaneousness, therefore their romantism?
Please allow me to think it does not. It just helps to understand and apreciate better that period. And still it raises the odds of success on the road to a serious relationship.
It's just that for me most of the conflicts have their genesis in the lack of understanding. Because when we understand we tolerate better what annoys us. And we start to observe with a smile on our face what we previously watched with a look of anger.
And one doesn't stop being spontaneous. Things only work at 100% if they are felt and come from the inside, from the heart. There's no science that gets over this.,
An example? For instance, the sense of (mis)direction of most of women. Except, of course, on shopping malls, where yes they guide themselves very well. That, these days, makes me laugh a lot.