Dúvidas Existenciais de um Solteirão

Nota Prévia: Ia escrever "Dúvidas Existenciais de um Encalhado" como título deste post, mas optei pelo que vêm acima. Não é que me assuste o encalhado, apenas não me sinto como tal. Até porque tenho feito e continuo a fazer as minhas escolhas... Vamos passar então ao que verdadeiramente interessa.

Hoje uma amiga minha fez um comentário – “a malta gosta de ti doido” –, em resposta a uma interrogação minha sobre o estado do meu sentido de humor hoje, comentário esse que me trouxe de volta à mente uma série de interrogações que me faço há imenso tempo. Basicamente essas interrogações andam à volta da forma de chegar até uma mulher, de parecer apelativo para ela. Já vão perceber o porquê da associação.

A questão é que como já sabemos os totós não atraem as mulheres. E eu sei do que estou a falar porque já fui muuuuito totó. Não abram essas bocas de espanto nem ousem dizer “balelas”! É mesmo verdade (e para ser sincero acho que continuo a ser, só que disfarçado). Quantas vezes não ouvi delas: "és demasiado certinho para mim!"

A partir dessa constatação tive de tomar uma resolução: tens de mudar, se não… E assim encetei o caminho que me trouxe ao (aparentemente) meio-maluco que sou hoje. Combati a minha timidez natural, convenci-me que podemos subverter um pouco as regras e ir para lá das fronteiras que nos impõem, refinei o meu sentido de humor (pelo menos acho que sim, até porque penso que não tinha nenhum) e tentei colocar um ar sempre bem disposto (experimentem demonstrar de uma forma transparente o que sentem quanto estiverem em baixo para verem algumas pessoas a fugirem a 7 pés!).

Agora que aqui cheguei, estou a concluir que as mulheres que conheço acham que sou demasiado maluco e que nunca conseguirei assentar. :-)) Quero pensar, a bem da minha (in)sanidade mental, que isso acontece porque ainda não desenvolvi a arte de lhes demonstrar na altura certa – e tem de ser exactamente certa, caso contrário perdem o interesse – que posso efectivamente acalmar. Não façam publicidade disso, mas acreditem que até sou bastante caseiro. Tendo boa companhia não me custa nada ficar em casa.

O sonho de todas as mulheres (consciente ou inconsciente) é claro: dominar uma fera!!! Pronto, também não sou grande fera, faço barulho mas nem sequer arranho, só abano o rabo e ponho a língua de fora, se calhar é isso. :-) O truque é que não nos podemos deixar dominar completamente, se não acaba logo tudo. Temos de ser uma fera que pode ser amansada, mas sempre à custa de muito mimo e passar de mão pelo pêlo.

Muitas vezes pergunto-me se verdadeiramente quero assentar. É claro que quero! Não quero outra coisa. Estou curioso é de saber com quem quererei fazê-lo, ou quem me levará até lá. Já conheci quem fizesse o brincalhão do Cupido atingir-me ao ponto de eu ficar convicto que sim, que com essa mulher conseguia, mas feliz ou infelizmente nenhuma dessas pessoas gostou de mim. E depois isso morre, não é? Quer dizer, se ela não se lança e não o procura nem demonstra abertura à idéia (não, não estou a falar de sexo, estou a falar de algo muito maior que isso), também não é o que quero.

Desculpem, não acredito muito na conquista. Isto embora algumas amigas minhas me tenham dado a entender que isso é possível porque, segundo elas, foram elas próprias conquistadas por alguém que de início nada lhes fez sentir. Essa é para mim uma grande questão. Se não há encantamento no princípio como é que ele vai surgir? É possível? Se calhar sou eu que ainda não descobri o como. E não me venham dizer que eu não sei ser atencioso, amigo, romântico... Arranjo-vos já uma série de testemunhas que estou certo dirão o contrário.

Eu acho que o meu amigo Llyrnion tem razão quando diz que não há altura certa, não há cedo demais, não há tarde demais. Não há que guardar as coisas e esperar pelo momento. O momento é agora! É para jogar a bola para a frente a aproveitar a vida. O que for, logo se saberá. Só gostava de conseguir colocar isto em prática. :-)

Um pouco confuso, não é? Não é de admirar, eu sou mesmo assim.