Tuesday, October 24, 2006

E se o seu namorado lhe oferecer flores, isso é...

Na semana passada, enquanto almoçava num dos restaurantes que frequento, reparei que na mesa ao lado havia um almoço de aniversário de uma jovem. O lugar vago na cadeira ao lado da aniversariante indiciava que o namorado ainda estaria a caminho.

Eis que chega inequivocamente o namorado, com uma falsa naturalidade a disfarçar a vergonha de trazer à vista de todos um grande ramo de flores para a sua amada.

Acho que já muitos de nós homens vivemos por esta sensação. O gosto de oferecer as flores e fazer aquela pessoa feliz é engolido pelo sentir-se algo ridículo com o ramo na mão, sendo o centro de atenções de toda a gente à volta.

Nessa altura o que mais nos apetece é entregar as flores, dar-lhe um beijo e ver a cara de felicidade dela. Sim, pensar nesse alívio, e desejar que o momento da vergonha será breve e durará uns meros segundos até colocar o ramo nas mãos dela, ajuda a enfrentar a provação de ser fitado por dezenas ou centenas de pessoas com um ramo de flores na mão.

Mas o que acontece nessa altura? O 7º sentido feminino – para quem não sabe, o da oportunidade para tortura – entra em acção e deixam o homem com uma desesperada cara de estúpido não sei quanto tempo com as flores na mão, enquanto comentam orgulhosas (na realidade não para ele mas para a plateia): “Ah, que querido! Não te devias ter incomodado! Blah blah blah...”.

Livra! Podiam ter um pouco de consideração por quem pensou em vocês, por quem fez um certo sacrifício pelo gosto de vos ver felizes. Agarrem na porcaria do ramo, pá! E desfaçam-se depois em agradecimentos. Vá lá, vá lá, não custa nada!


Last week, while I was having lunch in one of the restaurants I usually go to, I noticed in a table nearby a young lady's birthday lunch was taking place. The empty seat right next to her indicated her boyfriend was still on his way.

And there comes a man who is undeniably her boyfriend, with some false naturality to cover up the shame of bringing at plain sight a big flower bouquet to his beloved woman.

I think many of us men already got through that sensation. The pleasure of offering flowers and making that person happy is completely swallowed by the feeling of riculousness with those flowers in hand, being the central attention for everybody around.

At such a time, what we want most is to deliver those flowers, give her a kiss e watch the happiness on her face. Yes, thinking of that relief, and whishing that the moment of shame will be brief lasting only a few seconds until you place the bouquet on her arms, helps facing to provation of being observed by dozens or hundreds of people carrying a flower bouquet.
Livra! Podiam ter um pouco de consideração por quem pensou em vocês, por quem fez um certo sacrifício pelo gosto de vos ver felizes. Agarrem na porcaria do ramo, pá! E desfaçam-se depois em agradecimentos. Vá lá, vá lá, não custa nada!

But what happens at that time? Femail's 7th sense - for those who don't know, the one of opportunity for torture - activates and they leave the man with a stupid desperate look on his face holding the flowers for I don't know how long, while they make the proud comments (not really to them but the audience): "Ah, how sweet of you! You shouldn't have bothered! Blah blah blah...".

Blimey! You could have a little consideration for one who thought of you, for one who made a certain sacrifice for the joy of seeing you happy. Take the bloody bouquet! E wear out all your thankings. Come on, come on, it doesn't cost much!



"Shame is the shadow of love", PJ Harvey

4 Comments:

At 6:05 PM, Blogger Maríita said...

Pois olha, eu sou alérgica a rosas por isso, se algum dia algum galã decidir ter um acto tão romântico para comigo, poderá ter mesmo que aguentar com as rosas na mão e sofrer a humilhação pública, mas como a coisa pode piorar, terei que lhe pedir que fique na outra ponta da mesa ou que deposite as rosas bem longe de mim...agora se forem orquídeas, lembrar-me-ei do teu conselho...ai, mas o 7º sentido às vezes sabe tão bem...

Beijocas

 
At 10:11 PM, Blogger leao.xxi said...

são tão mázinhas, o que lhes interessa é nos ver sofrer...ainda por cima com flores na mão...

 
At 11:54 AM, Blogger Andorinha said...

Vou-me lembrar disso qdo me oferecerem flores!Realmente é incómodo...e torturas há muitas e bem melhores! lol

I will remember that when someone offers me flowers!It really is unconfortable...and there are a lot of tortures much better than that!lol

 
At 9:30 PM, Anonymous Anonymous said...

Foi á muito tempo no Reino do Blá BLá Blá ,eu tinha um namorado que todos os domingos comprava um ramo de rosinhas daquelas pequenas a uma adorável e pobre velhinha e apanhava o comboio no Cais do Sodré(ele tinha 20 anos)onde era esperado por mim na estação do Estoril,e orgulhosamente presenteava-me com o ramo.Confesso que sempre achei o gesto um horror,mas não queria que a velhinha perdesse aquela fonte de rendimento.Por isso nunca lhe contei,até hoje e já lá vão 25 anos.Mais tarde nas discotecas e nos restaurantes recebi variadissimas rosas de pretendentes ,de desconhecidos etc.e confesso acabaram sempre no lixo,apessar dos protestos das minhas amigas.Quando passeio no campo ,o meu actual amigo aponta para uma flor e diz ,aquela é para ti.Já aprendeu que eu gosto das flores nos campos.bjs

 

Post a Comment

<< Home